Os casos de dengue no estado do Rio de Janeiro tiveram um aumento de 177,6% nos cinco primeiros meses deste ano quando comparados com o mesmo período de 2021. O levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostrou que, em relação a 2020, o aumento foi de 20,5% nos casos registrados. A análise faz parte do terceiro boletim epidemiológico de dengue de 2022, que compara as semanas epidemiológicas 01 a 19 (08.05 a 14.05) dos anos de 2020, 2021 e 2022.
“O levantamento mostra que não podemos descuidar da dengue. Precisamos ficar alerta para que não tenhamos uma epidemia em todo o estado no final deste ano, início do ano que vem. E a hora de agir é agora. O mosquito da dengue vive principalmente dentro das nossas casas, por isso é tão importante que todos dediquem 10 minutos por semana para combater os focos”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
Dos 4.178 casos registrados neste ano,1.672 foram notificados na capital, que tem taxa de transmissão de 24,8 por 100 mil habitantes. Quando esse índice ultrapassa 300 por 100 mil habitantes, considera-se um cenário de alta transmissão, ou epidemia. As regiões Noroeste e Norte apresentam alta transmissão sustentada da doença, com 1.328 casos nos cinco primeiros meses deste ano e a taxa de incidência ultrapassando o limite endêmico. Na Região Noroeste, a taxa de incidência é a mais alta do estado, com 248 casos por 100 mil habitantes. A Região Norte vem em segundo lugar, com 48 casos por 100 mil habitantes.
Os municípios de Aperibé e Cambuci, na Região Noroeste, apresentaram incidência maior de 500 por 100 mil habitantes. Já nas cidades de Itaocara, Santo Antônio de Pádua e Cardoso Moreira, na Região Noroeste, e Carapebus, na Região Norte, o índice foi maior que 300. O sorotipo DENV-2 (dengue tipo 2) é predominante no estado, sendo registrado em 31 municípios, ou seja, 33,7% do território.
“Essa análise é importante para que possamos planejar as ações, porque o vírus tipo 2 da dengue circulou no estado em 2007 e 2008. Uma parte importante da população ainda não teve contato com esse sorotipo e, portanto, pode se contaminar. Existem quatro tipos de dengue, e as pessoas podem pegar os quatro”, esclarece Chieppe.
A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde monitora diariamente o cenário epidemiológico da dengue no estado e desenvolve ações de apoio às vigilâncias municipais no controle das arboviroses. Ações de controle vetorial estão sendo realizadas nas nove regiões do estado, com distribuição de inseticida, monitoramento das visitas domiciliares realizadas pelos 92 municípios, envio de insumos e cadeiras de hidratação, treinamentos e capacitações presenciais, além de assessoramento das equipes municipais na investigação dos óbitos suspeitos causados por arboviroses, com base no Protocolo de Investigação de Óbitos por Arboviroses Urbanas, do Ministério da Saúde, e visitas pelas equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e vigilâncias epidemiológica e ambiental, entre outras ações.
A Secretaria reforça a importância da prevenção. É necessário que a população não se esqueça dos cuidados em casa, como limpar e esvaziar os pratos dos vasos de plantas, manter as caixas d’água, cisternas e outros recipientes de armazenamento d’água bem fechados, evitar deixar garrafas e pneus em locais onde possam acumular água, entre outras medidas. Dez minutos por semana dedicados a evitar a dengue podem salvar vidas.