Claudio Fernandes, da Tribuna da Imprensa
O Argentina x Austrália da tarde deste sábado foi histórico desde o apito inicial. Quando isso aconteceu, Lionel Messi, um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, completou seu milésimo jogo como profissional. O craque, porém, resolveu ser mais do que o homenageado do dia. Decidiu ser o dono da festa e comandou, ora como maestro, ora como solista, a festa. De quebra, acrescentou mais um gol aos 788 gols que somava quando entrou em campo e contribuiu para a vitória por 2 a 1 da Albiceleste.
O resultado classificou os argentinos às quartas de final da Copa do Mundo. O adversário será a Holanda, que, mais cedo, derrotou os Estados Unidos por 3 a 1. A partida está marcada para a próxima sexta-feira, às 16 horas. O vencedor deste confronto pode pegar a Seleção Brasileira nas semifinais da competição. Para que isso aconteça, o Brasil precisa passar pela Coréia do Sul, segunda-feira, e por Espanha ou Marrocos nas quartas de final.
PRIMEIRO TEMPO
A festa de Messi, porém, não chegou a ser um baile. Na primeira etapa, a seleção sul-americana encontrou imensas dificuldades para transformar o domínio territorial e a enorme superioridade técnica em gol. A postura defensiva da Austrália surtiu efeito e só não foi eficiente diante da genialidade do camisa 10 argentino. Aos 35 minutos, a bola escapou quando Otamendi tentou dominar dentro de área e o erro do zagueiro acabou se transformando em assistência. De primeira e com três adversários à frente, Messi achou um espaço e bateu rasteiro, como uma tacada de sinuca, longe do alcance do goleiro australiano.
SEGUNDO TEMPO
A desvantagem no placar mudou muito pouco a postura defensiva australiana na segunda etapa. Temerosos por abrir demais a defesa e voltarem para casa goleados, a equipe da Oceania manteve a cautela e seguiu jogando de forma especulativa. Arriscou um ou outro ataque, mas sem levar perigo aos defensores adversários.
A Argentina, por sua vez, se aproveitou disso para ampliar o placar aos 12 minutos. O goleiro Ryan tentou driblar De Paul, perdeu a bola e o argentino serviu Julian Alvarez, que não teve qualquer dificuldade para fazer Argentina 2 a 0.
Após sofrer o segundo gol, a Austrália finalmente resolveu tentar o ataque e, embora sofrendo contra-ataques, acabou por fazer o seu gol aos 31: Goodwin finalizou de fora da área, a bola bateu em Enzo Fernándes e entrou. O empate quase aconteceu em seguida, quando Behich arrancou desde a lateral, driblou quase todos os defensores adversários e, prestes a fazer um golaço, foi interceptado por Lisandro Martinez.
TEVE SOFRIMENTO
A partir daí, o esporte deu lugar à música e o futebol virou tango. Sofrido como o ritmo argentino pede. Os Albicelestes enfileiraram oportunidades perdidas – pelo menos três claras – e por muito pouco não sofreram o empate aos 50 minutos: Khuol recebeu passe de Goodwin na entrada da pequena área, girou, bateu e o goleiro Emiliano Martinez evitou o gol com uma grande defesa em dois tempos.
Após o apito final, a torcida argentina explodiu em um misto de felicidade e alívio e os australianos foram aplaudidos pela luta até o último minuto.
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