Claudio Fernandes, da Tribuna da Imprensa
Foi um jogaço. Em uma partida digna de final de Copa do Mundo, mas que valia pelas quartas, Inglaterra e França presentearam os torcedores no estádio e ao redor do mundo com emoção – literalmente – até o último lance. Desta vez, os franceses levaram a melhor, venceram por 2 a 1 e se classificaram para enfrentar o assombroso e surpreendente Marrocos nas semifinais. Os ingleses, que foram melhores na maior parte do jogo, tiveram a chance do empate em pênalti perdido pelo craque e capitão Harry Kane na parte final da segunda etapa.
PRIMEIRO TEMPO
Os primeiros 15 minutos foram de puro estudo. Respeitando muito uma a outra, as seleções não se arriscaram, temendo sair atrás no placar em um jogo que se desenhava tão equilibrado. Com isso, apenas em uma ou outra bola roubada as equipes tentaram arrancadas rápidas, mas sem efeito.
O gol acabou saindo na base do toque de bola. Aos 17, a França se aproximou da área inglesa trocando passes até Tchouameni encontrar espaço e mandar um tiro certeiro de fora da área. Pickford se esticou todo, mas não alcançou a bola: 1 a 0. Os ingleses reclamaram de falta sofrida por Saka no inicio da jogada, ainda no campo de defesa francês.
Atrás no placar, a Ingaterra saiu em busca do gol de empate e quase conseguiu duas vezes com Harry Kane. Aos 21, de dentro da área, ele chutou na saída de Lloris – seu companheiro no Tottenham – e o francês impediu o gol com o corpo. Aos 28, o artilheiro arriscou de fora da área, a bola desviou e Lloris mandou para escanteio.
SEGUNDO TEMPO
A Inglaterra intensificou a pressão pelo empate no início da segunda etapa e quase conseguiu logo aos dois minutos, quando a bola sobrou para Bellingham na entrada da área e o volante chutou para ótima defesa de Lloris, espalmando a corner. Na cobrança, o goleiro francês saiu mal, Maguire cabeceou para o meio da área e ninguém apareceu para completar.
O gol de empate acabou vindo de pênalti. Aos 9, Tchouameni, autor do gol francês, derrubou Saka na área e nem reclamou. Kane foi para a bola e desta vez venceu seu companheiro de clube. Varreu Lloris para o lado esquerdo e mandou uma bomba no ângulo superior direito do goleiro.
Praticamente na saída de bola, a França quase empatou em arremate de Rabiot na entrada da area. Pickford espalmou para escanteio. O jogo ganhou em intensidade e espaço, já que as duas equipes queriam evitar a prorrogação e buscaram o ataque em cada lance. Pela Inglaterra, Saka e Kane voltaram a parar em Lloris, enquanto o francês Dembelé teve sua tentativa bloqueada pelo zagueiro Stones.
A Inglaterra era melhor, pressionava em busca do segundo gol, mas foi a França quem fez. Aos 26 minutos, Dembelé escorou de cabeça cruzamento da esquerda e Giroud, de primeira, chutou para milafre de Pickford. Na cobrança de escanteio, a zaga inglesa afastou, a bola sobrou para os franceses e, da meia direita Griezmann cruzou na cabeça de Giroud, que não perdoou: 2 a 1.
Os ingeses não se abateram e 10 minutos depois, o árbitro brasileiro Wilton Sampaio, que colecionava erros ao longo do jogo, precisou do VAR para marcar pênalti claro de Theo Hernandez em Mason-Mount. Novamente Kane ajeitou a bola. De novo tomou pouca distância e bateu com força. Tanta força que quase acertou o Rei Charles. Em Londres. E o jogo permaneceu com o placar inalterado.
A Inglaterra ainda teve uma chance no fim, em cobrança de falta de Rashford aos 54 minutos. A bola até balançou a rede, mas pelo lado de fora.