Agência Reuters e Claudio Fernandes
Após período nos EUA, o ex-presidente Jair Bolsonaro chega a Brasília na manhã de quinta-feira sob apelos do PL para que lidere a oposição. Segundo seu partido, Bolsonaro desembarca às 7h10 em um voo vindo de Orlando no Aeroporto Internacional de Brasília, onde deverá ser recepcionado por lideranças políticas e apoiadores. De lá, seguirá para a sede da legenda, distante quatro quilômetros do Palácio do Planalto, onde uma sala estará reservada para parlamentares e apoiadores que quiserem cumprimentá-lo.
O PL informou nesta quarta que não está preparando nenhum ato público como evento ou recepção para o ex-presidente. Mas nas redes sociais bolsonaristas estão sendo convocados para ir ao aeroporto prestigiá-lo e há os que pretendem fazer uma motociata. A expectativa é que de 5 mil a 10 mil apoiadores devem ir ao local, segundo uma fonte, citando monitoramento de autoridades de segurança pública locais repassadas ao PL.
A Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) já decidiu fechar o trânsito durante toda a quinta-feira na Esplanada dos Ministérios e adotará outras medidas de reforço no policiamento. Em audiência na Câmara nesta terça, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que a PF terá um esquema de segurança dentro do aeroporto para a chegada de Bolsonaro.
O partido havia enviado ofícios ao governo do Distrito Federal, ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal pedindo reforço no policiamento da região do aeroporto para a chegada de Bolsonaro. O ex-presidente volta ao país três meses após deixar Brasília sem reconhecer a apertada derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais.
Agora, a esperança do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é que Bolsonaro encarne o papel de líder da oposição e também ajude a legenda a crescer nas eleições municipais de 2024. Puxado pela força do bolsonarismo nas urnas em outubro passado, o PL é dono da maior bancada na Câmara (99 deputados) e segunda maior no Senado (12 senadores).
“Jair Bolsonaro será o presidente de honra do PL. Ele vai liderar a oposição e rodar o Brasil pregando os valores liberais do partido e ajudando a estruturar e fazer o PL crescer”, disse Valdemar à Reuters.
“Um dos primeiros desafios será ajudar o Partido Liberal sair dos pouco mais de 300 prefeitos para mais de mil prefeitos eleitos em 2024. Acreditamos que o presidente Bolsonaro está firmemente motivado para esse desafio”, destacou.
Para abrigar Bolsonaro, o PL reformou a sua sede em Brasília –que fica a menos de cinco quilômetros do Palácio do Planalto– e criou um escritório de trabalho para o ex-presidente e outro para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que serão, respectivamente, presidentes de honra e do PL Mulher.
A expectativa da legenda, segundo uma das fontes, é que Bolsonaro faça de lá um trabalho de articulação política da oposição para retomar sua liderança e influência política. Ele vai receber do partido o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que a partir de abril será de 41,6 mil reais.
Um dos vice-presidentes do PP, deputado federal Cláudio Cajado (BA) disse que a expectativa é grande com o retorno de Bolsonaro: “Se ele for vir para fazer a liderança da oposição e pautar os assuntos que tenham relevância, vai estar construindo e mantendo a liderança que teve”.
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