Claudio Fernandes e Agência Reuters
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva atacou de maneira enfática os protestos que vem sendo realizados pacificamente por todo o Brasil contestando o resultado das eleições presidenciais. Em Brasília, onde compareceu pela primeira vez desde que foi declarado vencedor do pleito realizado em 30 de outubro, o petista usou palavras duras e chegou a fazer uma ilação ao comentar os acontecimentos.
“Essas pessoas que estao protestando nas ruas tem que parar de protestar. São manifestações sem pé nem cabeça. Isso tem que acabar. É preciso saber quem está financiando”, disparou o político, para em seguida garantir que as eleições foram limpas e justas.
Ao longo da campanha, uma série de medidas tomadas pelo STF e o TSE, comandados pelo ministro Alexandre de Moraes, impediram que houvesse isonomia entre os então candidatos. Foi negada a prática do voto auditável, houve denúncia sobre inserções de rádio (O Radiolão), o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores tiveram postagens e/ou perfis em suas redes sociais apagados, entre outras medidas de caráter parcial por parte dos órgãos citados.
Além disso, fortes suspeitas de fraudes foram divulgadas pela internet. Em uma das mais chocantes, eleitores que votaram em sessões eleitorais onde Bolsonaro obteve zero voto (o que já é, no mínimo, suspeito), se apresentaram garantindo que apertaram 22 na cabine de votação.
DESDÉM
Lula disse ainda que não se preocupa com as poucas declarações públicas que o presidente deu após as eleições. Além disso, criticou Bolsonaro por ainda não ter reconhecido a suposta derrota nas urnas.
“Ninguém vai acreditar no discurso golpista de alguém que perdeu as eleições. Cabe ao Bolsonaro reconhecer que perdeu e se preparar para tentar concorrer outra vez”, declarou.
Visivelmente abatido após as suspeitas de que chegou a estar internado na semana em que, teoricamente, tirou “férias”, Lula aproveitou a ida à Brasília para barganhar com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a PEC em que pede R$ 200 bilhões fora do orçamento. Questionado sobre como pretende conseguir aprovar o que deseja, o petista deu o tom de como espera conseguir.
“Vou tentar convencer todas as pessoas de que todas as propostas que vamos mandar tenham o maior número de votos. Não podemos ficar chorando se vai gastar. Muita coisa que as pessoas acham que é gasto, eu acho que é investimento”, argumentou.
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